Entrevista com Luis Mesquita Dias, Director-Geral da RAR/Vitacress e Vice-Presidente do iBET ao seminário Sol
May 3, 2013
A Vitacress Portugal, que produz e comercializa produtos hortícolas frescos e embalados – como agrião, saladas, espinafre, ervas aromáticas e tomate –, quer conquistar os mercados russo, sueco e norueguês, avançou ao SOL o director-geral da empresa, Luís Mesquita Dias.
"Estamos a dar os primeiros passos, a ganhar mão na logística e confiança por parte do importador na Rússia", avança o responsável, mostrando-se convicto de que a empresa, que concentra a sua exploração em Odemira e no Algarve, está em condições de avançar «em breve» para esses mercados.
As primeiras paletes dos produtos da empresa do Grupo RAR foram enviadas há poucas semanas para fora. "Falamos de países distantes. Se queremos ser competitivos, temos de enviar produtos menos processados". diz. A solução será enviar, por exemplo, variedades menos perecíveis: "Um dos projectos que temos estado a discutir com o iBET, de que somos sócios, é o da durabilidade das folhas e o que há a fazer em termos de manipulação, desenvolvimento de sementes e condições de logística".
Exportar mais no Verão
Com um volume de negócios consolidado anual de 190 milhões de euros e 40% de quota de mercado em Portugal – onde está presente nas principais cadeias de supermercados, como o Continente, o Pingo Doce, Lidl, Dia e Auchan –, a aposta do Grupo Vitacress em mercados alternativos surge num momento de contracção do mercado ibérico. Aqui, "a grande distribuição pressiona constantemente os produtores para esmagar as margens e reduzir os preços", explica Mesquita Dias.
A Vitacress, que já exporta 40% da produção em Portugal, sobretudo para Espanha e Reino Unido, quer agora apostar na entrada em novos países e reforçar a presença noutros: «Em 2012, aumentámos as exportações para Inglaterra em 30%, porque eles tiveram um mau Verão. Temos de conseguir vender mais nesses meses para países como Inglaterra», explica o responsável. "Na Alemanha também temos hipóteses de crescer".
A Vitacress emprega 270 funcionários e é um exemplo de sucesso no sector agro-alimentar em Portugal. Com um crescimento anual de 35% até 2011, a empresa conseguiu manter, em 2012, no mercado nacional uma facturação "quase igual" à do ano anterior: 21 milhões de euros. O segredo está em planificar: "O planeamento de cada acção promocional é fundamental. Além disso, estamos a reduzir os custos ao longo da cadeia de produção para conseguir aumentar a rentabilidade", conclui o director-geral da companhia portuguesa.
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